O
Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) denunciou Cleomara e Cleonara
Andrade Pereira, filhas do prefeito João de Fátima, o Queiroz, e a vereadora Maria de Jesus do Nascimento
Lima à Justiça Federal por suposto recebimento indevido de benefícios do Bolsa
Família e do “seguro defeso”. Todas elas possuíam renda superior ao permitido
pelo programa.
Segundo
a denúncia, Cleomara, que era beneficiária do Bolsa Família desde 2009, passou
a exercer o cargo de Conselheira Tutelar do Município de Monção (MA) em
dezembro de 2011, recebendo um salário de R$ 1.356 mensais. Assim, a renda
familiar por pessoa (per capita) de Cleomara ultrapassou o limite permitido
pelo programa.
Já
Cleonara, recebia o benefício do Bolsa Família, mesmo exercendo desde 2013 cargo
comissionado na Prefeitura de Monção, assim como seu marido, ambos no valor de
R$ 1,5 mil mensais. Além do mais, Cleonara também recebeu de 2009 a 2013 o
“seguro defeso”, espécie de seguro-desemprego pago aos que declaram a pesca
como única fonte de renda, informação diferente da que apresentou ao Programa
Bolsa Família se dizendo dona de casa sem renda.
Maria
de Jesus também se beneficia do Bolsa Família desde 2008, mas ocupa o cargo de
Vereadora Municipal desde janeiro de 2013. Mesmo antes de ocupar o cargo
público, ela não se enquadrava no perfil dos beneficiários, já que possuía dois
automóveis, uma residência e um ponto comercial, todos avaliados em R$ 136 mil,
segundo informações prestadas por ela mesma à Justiça Eleitoral.
Na
denúncia, o MPF/MA acusa as três mulheres pela prática de estelionato, por
obterem vantagem indevida, causando prejuízo à União, induzindo a erro o ente
público ao informar dados falsos, ou deixar de informar posteriormente quando
alterada as suas rendas.
Segundo
o procurador da República Juraci Guimarães Júnior, autor da denúncia, “é
inadmissível que pessoas com considerável renda e patrimônio e inclusive
ocupando cargos públicos recebam recursos públicos do Bolsa Família e do Seguro
Defeso destinados a atender às famílias mais pobres da população”.
As
informações são do MPF-MA
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