A
Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16), por 433 votos a favor e 7
contra, uma emenda à proposta de reforma política que prevê que as urnas
eletrônicas passem a emitir um "recibo" para que os votos nas
eleições possam ser conferidos pelos eleitores.
Pelo
texto, a urna imprimirá um registro do voto, que deverá ser checado pelo
eleitor antes de concluir o processo eletrônico de votação. Depois, o recibo
será depositado automaticamente em local lacrado e ficará em poder da Justiça
Eleitoral. Isso significa que o eleitor não poderá levar o documento para casa.
O recibo também não deverá ter a identificação do eleitor.
A
emenda aprovada prevê que o processo de votação só será concluído depois que o
eleitor conferir se o voto registrado na urna corresponde ao teor do registro
em papel. “Mesmo diante do avanço da urna eletrônica me parece razoável a
população ainda querer ter a garantia do voto”, discursou o deputado Sandro
Alex (PPS-PR).
A
intenção dos parlamentares em prever a impressão do recibo é, também, permitir
que os votos sejam checados caso seja solicitada uma auditoria do resultado das
eleições.
Por
decisão dos líderes partidários, cada ponto da proposta de emenda à
Constituição será votado individualmente, com necessidade de 308 votos para a
aprovação de cada item. Ao final, todo o teor da proposta de reforma política
será votado em segundo turno. Se aprovada, a PEC seguirá para análise do
Senado.
A
mesma emenda aprovada pelos deputads nesta terça também inclui na Constituição
as regras de fidelidade partidária atualmente previstas em uma resolução do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Pelo
texto, o detentor de mandato eletivo que se desligar do partido perderá o
mandato, salvo nos casos de grave discriminação pessoal, mudança substancial ou
desvio reiterado do programa praticado pela legenda ou quando houver “criação,
fusão ou incorporação de partido”.
A
emenda modifica ainda a regra para apresentação de projeto de iniciativa
popular - fixa a exigência de que o texto seja assinado por 500 mil eleitores,
distribuídos por um terço das unidades da federação, com não menos que “um
décimo por cento dos eleitores de cada uma delas”. Atualmente é necessária a
assinatura de, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos
por cinco estados.
Mais
cedo nesta terça, o plenário rejeitou proposta que previa instituir uma cota de
15% para mulheres parlamentares na Câmara dos Deputados, assembleias
legislativas e câmaras municipais.
Reforma política
Esses
três tópicos aprovados pelos deputados nesta terça integram a proposta de
emenda Constitucional da reforma política que começou a ser debatida em
plenário no final de maio. Até agora foram aprovadas nove modificações:
-
fidelidade partidária
-
novas regras para projeto popular
-
emissão de recibo em papel nas urnas
-
fim da reeleição;
-
mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos;
-
redução da idade mínima para candidatos a senador, deputado e governador;
-
restrições de acesso de pequenos partidos ao fundo partidário;
-
alteração na data da posse de presidente e governador;
-
permissão de doações de empresas a partidos (veja mais detalhes abaixo).
Além
dos itens aprovados, os parlamentares também rejeitaram algumas mudanças
estruturais no modelo político brasileiro:
-
instituir o voto facultativo nas eleições do país;
-
alterar o atual sistema proporcional com lista aberta para escolha de
deputados;
-
proposta de eleições simultâneas para todos os cargos eletivos;
-
proposta que previa o fim das coligações entre partidos nas eleições para a
Câmara.
Nenhum comentário :
Postar um comentário