Os caminhoneiros que transportam
madeira extraída ilegalmente de reservas indígenas e áreas de preservação
ambiental no estado do Maranhão estão usando rotas alternativas para fugir da
fiscalização. Uma dessas rotas é a BR-230, situada na região sul do estado, que
possui um movimento menor do que outras rodovias federais do Maranhão.
Segundo a polícia, a madeira
ilegal está sendo levada para os estados do Nordeste, principalmente
Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte.
De acordo com o inspetor da
Polícia Rodoviária Federal (PRF), João Eudes, os caminhoneiros que transportam
madeira extraída da Reserva Biológica do Gurupi (Rebio) e também de terras
indígenas do Maranhão e do Pará estariam usando a BR-230 para chegar ao Piauí e
de lá ter acesso aos demais estados do Nordeste.
“A gente tem ciência que uma rota
que eles passarão a adotar a partir do momento que a PRF intensificou a
fiscalização nos municípios de Açailândia, Imperatriz e Santa Inês, que
tradicionalmente é a rota adotada por essas pessoas que transportam madeira de
forma irregular e, recentemente, nossa inteligência identificou que eles têm
adotado esse trecho da 230 para fazer esse transporte, principalmente, pela a
madrugada”, revelou o inspetor da PRF.
Só este ano, a Polícia Rodoviária
Federal (PRF) apreendeu quase mil metros cúbicos de madeira serrada no
Maranhão, um número três vezes a mais do que o estado do Piauí e cinco vezes
mais do que o estado da Bahia.
Fagno Vieira, delegado regional
do município de Balsas, a 810 km de São Luís, diz que a Polícia Civil também
investiga crimes de sonegação fiscal, pois geralmente a quantidade transportada
é bem maior do que o valor declarado na nota fiscal. “O que a gente pode
constatar em todas essas situações é que se trata de declaração, de emissão de
nota fiscal com informações falsas, ideologicamente falsas”, finalizou.
Este ano, o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente (Ibama) com o apoio das forças policiais realizou duas grandes
operações de combate a extração ilegal de madeira em torno da Rebio. Na
ocasião, serrarias clandestinas foram destruídas e caminhões e tratores foram
incendiados.
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