Três pessoas foram internadas
após serem picadas por uma aranha-marrom, em São Luís. A picada desta aranha
não dói, mas seus efeitos causam grandes problemas à saúde, principalmente na
pele, que pode até necrosar (morte de células da região atacada). Só nos últimos
três anos, foram registrados seis casos de mortes no Maranhão por picadas de
aranhas.
O universitário Otávio Jansen foi
atacado pela aranha dentro de casa enquanto dormia, e só percebeu que alguma
coisa estava errada quando um dos seus dedos do pé começou a inflamar.
“Inicialmente aparentava ser só um calo, não doía, não inflamou, não tinha nada
de diferente do que um pequeno machucado. Só que com o passar dos dias, começou
um processo inflamatório muito forte. Simplesmente fazer a limpeza e passar uma
pomada no local já não estava fazendo efeito”, contou.
A aranha-marrom não é agressiva,
possui hábitos noturnos e gosta de se esconder em móveis, madeiras e lugares
escuros. Sua picada, além de causar a necrose da pele pode acarretar a falência
de outros órgãos. No Maranhão, os tipos de aranha mais comuns são as
caranguejeiras, a aranha-marrom e a aranha de jardim.
Para evitar a picada da
aranha-marrom, é necessário manter limpos ambientes da casa, principalmente os
quartos, já que este tipo de animal gosta de se esconder em lençóis e roupas.
Outro lugar perigoso são os calçados, que devem ser verificados todas as vezes
antes de serem usados.
Segundo o especialista em
aranhas, Maurício Mendonça, poucas aranhas tem o veneno tóxico para o homem,
mas é preciso ficar atento para que a picada da aranha-marrom não passe
despercebida.
“Hoje nós falamos de aranhas
perigosas e não perigosas, incluindo as que o veneno é tóxico para a espécie
humana. Algumas espécies o veneno causa dores insuportáveis e imediatas, já
outras espécies, no caso da aranha-marrom, a picada passa despercebida, porque
o veneno não tem essa ação de provocar dor, a picada as vezes passa
despercebida, porque o veneno não tem essa ação de provocar dor mas o veneno
ele tem uma ação relativamente lenta de necrose. Então ele destrói o tecido,
vai destruindo as células dos tecidos provocando feridas muito grandes as vezes
que se espalham”, explicou.
Em São Luís, o Hospital Municipal
Djalma Marques, o Socorrão I, é o único hospital especializado no assunto e que
possui o soro antiaracnídico, que é fabricado pelo Instituto Butantan, em São Paulo
e sua distribuição é feita pelo Ministério da Saúde. Até agora, três pessoas
buscaram atendimento no hospital.
Em caso de picada, a secretária
municipal adjunta de Saúde, Silvia Leite, orienta procurar um hospital o mais
rápido possível. “A eficácia maior do soro é ate 36 horas após a picada, e essa
a recomendação do protocolo do Ministério da Saúde. Então como a picada no
início é indolor, e às vezes ela não é visível, ela só vai ser visível após 8
ou 12 horas após a picada. Se a pessoa tiver tem alguma suspeita, procure uma
unidade de saúde para fazer a avaliação medica e ver a indicação do soro
antiaracnídico”, finalizou.
Fonte: G1MA
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