Será entregue no próximo dia 30
ao Pleno do Tribunal de Contas do Estado relatório sobre a situação dos 217
municípios maranhenses em relação ao cumprimento dos mecanismos legais de
transparência. A verificação resultou de uma força-tarefa integradas pelo TCE,
por meio do Ministério Público de Contas (MPC), pelo Ministério Público
Estadual (MPE) e pela Controladoria Geral da União (CGU). O trabalho integra o
conjunto de ações da Rede de Controle da Gestão Pública.
Composta por dois auditores do
TCE, dois promotores de Justiça e três servidores da CGU, a força-tarefa teve
sua criação motivada por avaliação prévia realizada pela CGU em relação ao
cumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI), em dezoito cidades
maranhenses. “Todas receberam nota zero, ou seja, não cumpriam a lei em suas
exigências mínimas”, informa o auditor federal Wellinton Resende, da CGU.
Diante do resultado, foram
realizadas reuniões no âmbito da Rede de Controle, onde se decidiu pela
aplicação da Escala Brasil Transparente (EBT) em todos os municípios do estado.
A EBT é uma metodologia de consulta prática aos sites, portais e sistemas de
informações criada pela CGU para avaliar o grau de transparência ativa e
passiva dos municípios.
Como resultado dos trabalhos, o
Ministério Público sinalizou que firmará Termos de Ajustes de Conduta
(TAC’s) com o intuito de exigir dos
municípios a criação dos portais da transparência, a regulamentação da Lei de
Acesso à Informação e a disponibilização dos SIC’s e e-SIC’s. A CGU, por sua vez, planeja colocar os municípios menos
transparentes em sua matriz de risco.
O procurador do MPC Jairo
Cavalcanti Vieira lembra que, da parte do TCE já foram adotadas medidas desdes 2010, início da vigência da
lei, por meio de representações do Ministério Público de Contas que, em alguns
casos resultaram em aplicações e multas e determinação de adequação à LAI. “Com
a extensão da obrigatoriedade da lei a todos os municípios tornou-se inviável
ao MPC monitorar todos eles, o que só seria possível por meio de um trabalho no
âmbito da Rede de Controle, o que veio a ser realizado agora”, explica.
A ideia é que, diante da
consistência do levantamento feito, passe a haver um controle social maior, já
que as informações ficarão disponíveis para a população via internet nas páginas
dos órgãos envolvidos no trabalho, e que cada um deles adote as medidas
necessárias dentro de suas atribuições. Na esfera de controle do TCE, a partir
de agora essa irregularidade será inserida no relatório de análise das
prestações de contas anuais no tópico referente à Transparência Fiscal,
permitindo a aplicação de punições no contexto das contas de cada gestor.
Além disso, os municípios que
insistirem em descumprir a LAI poderão ser impedidos de celebrar convênios com
a União e com o Estado, pois o TCE informará aos órgãos responsáveis nessas
duas esferas sobre a situação de cada município frente aos cumprimento dos
mecanismos de transparência. “A lei de transparência prevê que os órgãos que
não a cumprem ficam impedidos de receber transferências voluntárias”, destaca o
procurador.
Nenhum comentário :
Postar um comentário