Uma cidade do Maranhão está sendo
governada por um prefeito de dentro da cadeia. Ele foi preso em flagrante por
estupro.
Santa Inês fica a 250 quilômetros
de São Luís. Tem 83 mil habitantes e uma situação política incomum. O prefeito
Ribamar Alves, do PSB, foi preso em flagrante no fim de janeiro, por estupro.
Ele é suspeito de ter levado à força para um motel e violentado uma jovem de 18
anos – que denunciou o prefeito em seguida.
Pela Constituição Federal, como o
afastamento já completou 15 dias, o vice, Edinaldo Lima, do PT, é quem deveria
assumir.
Só que o prefeito preso pediu uma
licença de 30 dias alegando “motivos de força maior”. Os vereadores acataram o
pedido. E como Ribamar Alves continua oficialmente no cargo, o vice dele não
pode assumir.
No entanto, na tarde desta
quarta-feira(17), o juiz Alessando Bandeira Figueiredo, deferiu mandado de
seguraça, determinando o afastamento do prefeito e a posse do vice-prefeito
Ednaldo Lima (PT). Na decisão, o juiz torna nulos todos os atos realizados na
sessão ordinária realizada na segunda-feira (15).
“Eu no meu direito, estou fazendo
a notícia crime ao Ministério Público, para que ele se manifeste de acordo com
a lei e me dê posse como vice-prefeito”, diz o vice-prefeito Edinaldo Alves
Lima.
Enquanto isso, o prefeito Ribamar
Alves segue na penitenciária de Pedrinhas, que já serviu até de escritório para
ele. O chefe de gabinete diz que trouxe documentos para o prefeito assinar lá
dentro, de onde ele despachou atrás das grades.
“Quando é necessária a assinatura
dele, nós encaminhamos e o advogado que está responsável no caso leva, ele
assina, nos devolve e a gente dá procedimento normalmente”, afirma o chefe de
gabinete Dimison Guimarães.
Na rua, o povo anda confuso e
reclamando da situação da cidade. “Cidade está largada, abandonada sem ter uma
pessoa para agir em termos de trabalho”, relata o montador Raimundo da Silva.
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