João Santana, ex-marqueteiro da
campanha da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula(Felipe
Cotrim/VEJA.com)
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A Polícia Federal deu início
nesta segunda-feira a mais uma fase da Operação Lava Jato - a 23ª - e mira a
relação do marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas do
ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, como esquema de corrupção
instalado na Petrobras. A PF expediu um mandado de prisão contra o
publicitário, mas ele não foi detido porque está no exterior, onde trabalha na
campanha à reeleição do presidente da República Dominicana, Danilo Medina.
Também são alvos da 23ª fase da Lava Jato a empreiteira Odebrecht e o lobista e
engenheiro representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels, de Singapura, Zwi
Skornicki, que também já havia sido alvo das investigações do petrolão por
suspeitas de atuar como operador de propinas.
A 23ª fase da Lava Jato, batizada
de Acarajé, cumpre 51 mandados judiciais na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo e
atinge em cheio as campanhas presidenciais de Lula e Dilma. Santana trabalhou
como marqueteiro nas corridas presidenciais petistas e sua prisão, quando
consolidada, deve ampliar ainda mais as discussões sobre o processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao todo, foram expedidos 38 mandados
de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e cinco de condução coercitiva.
A Polícia Federal identificou pelo menos 7 milhões de dólares enviados ao
exterior e com relação direta com João Santana. Segundo nota da PF, o termo
Acarajé se refere ao nome que alguns investigados usavam para designar dinheiro
em eConforme revelou VEJA, durante a nona fase da Lava Jato, investigadores
detectaram indícios de que subsidiárias da empreiteira Odebrecht repassaram
dinheiro a contas no exterior controladas por João Santana, marqueteiro
responsável pelas campanhas que levaram Lula e Dilma a vitórias nas últimas
três eleições presidenciais. Os indícios são de que o publicitário recebeu
secretamente dinheiro por meio de contas que o Grupo Odebrecht mantinha no
exterior para quitar despesas de campanhas do PT.
VEJA também mostrou que, ao
analisarem o material apreendido ainda na nona fase da Lava Jato, os
investigadores encontraram uma carta enviada em 2013 pela esposa de João
Santana, Mônica Moura, ao engenheiro Zwi Skornicki com as coordenadas de duas
contas no exterior. Sócia do marido, Mônica indicava uma conta nos Estados
Unidos e a outra na Inglaterra.
O envolvimento direto de um
marqueteiro em suspeitas de corrupção não é novidade nos mais de 13 anos de
governo petista. No auge do escândalo do mensalão, o publicitário Duda
Mendonça, que dominava as campanhas petistas na época, admitiu à CPI dos
Correios que recebera no exterior o pagamento pelos serviços prestados durante
a eleição de Lula.
Propinas - Em acordo de delação
premiada, o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco havia apontado
Skornicki como responsável por fornecer quase 40 milhões de dólares para
abastecer contas de diretores da Petrobras e o caixa do PT entre 2003 e 2013.
Segundo o depoimento de Barusco, ao deixar a diretoria de Serviços da Petrobras,
em 2013, Renato Duque fez um "acerto" com Skornicki para o
recebimento de propinas atrasadas. O montante pago a Duque alcançou 12 milhões
de dólares apenas naquele ano, que teriam sido transferidos de uma conta do
operador no banco suíço Delta. Skornicki também teria dado 2 milhões de dólares
a Barusco.spécie.
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