No
dia em que indicou o novo presidente da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff
aproveitou seu discurso na festa de 35 anos do Partido dos Trabalhadores (PT),
em Belo Horizonte, para defender a estatal do petróleo. Diante de dirigentes e
militantes petistas – entre os quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
–, a chefe do Executivo afirmou que o país tem de ter "orgulho" da
Petrobras.
Dilma
discursa no aniversário de 35 anos do PT, em Minas (Foto: Reprodução / Site PT)
"Estou
dizendo que temos de ter orgulho da Petrobras. Nós não podemos aceitar que
alguns tentem colocar a Petrobras como sendo uma vergonha para o Brasil. Eu
tenho certeza que temos de saber apurar e saber punir, porque é fundamental que
a gente não deixe se repetir nenhuma irregularidade na Petrobras",
discursou a presidente no auditório do Minas Centro, centro .
Apesar
de ter saído em defesa da Petrobras, Dilma não mencionou ao longo dos 55
minutos de discurso o nome do novo presidente da estatal, Aldemir Bendine. O
conselho de administração da petroleira aprovou nesta sexta, "por
maioria", a indicação de Bendine para o comando da empresa.
O
até então presidente do Banco do Brasil substituirá Graça Foster na presidência
da Petrobras. Ela renunciou ao cargo na quarta-feira (4) ao lado de cinco
diretores. A troca acontece em meio às investigações de desvio de dinheiro da
estatal na Operação Lava Jato.
Preservar a história do
PT
Durante
o discurso, a presidente afirmou aos militantes que é preciso preservar a
história do PT. Na avaliação de Dilma, não se pode “vacilar” ou “ter medo” dos
desafios que o partido terá pela frente.
“Nós
temos coragem política para fazer com que a gente não desanime diante dos
desafios. Tenho certeza que essa coragem política, que cada um de nós deve
agora colocar claramente diante de si e dizer que nós não podemos vacilar. Nos
não podemos ter medo. Se tiver erro, aqueles que erraram que paguem. Nós temos
de preservar a nossa história, a história desse partido, do meu governo e do
presidente Lula”, disse.
Assim
como fez na reunião ministerial na Granja do Torno em janeiro, quando cobrou
que os ministros reajam a boatos e defendam o governo, a presidente se dirigiu
aos militantes do PT e afirmou que eles têm de levar à opinião pública o
posicionamento do governo sobre cada tema.
“Nós
não podemos permitir que a falsa versão se crie, porque o que acontece muitas
vezes é a falsa versão. Nós temos de reagir aos boatos, temos de travar a
batalha da comunicação. Temos de levar a posição do governo à opinião pública
e, sobretudo, nós não podemos deixar dúvidas”, disse.
Ajuste fiscal
Dilma
também usou seu discurso para defender as medidas de ajuste fiscal que seu
governo adotou no segundo mandato. Segundo a petista, os aumentos de impostos e
cortes de despesas promovidos por sua equipe econômica são fundamentais para
assegurar a "estabilidade e a credibilidade" da economia brasileira.
"As
mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito da
estabilidade e da credibilidade da nossa economia. Nós precisamos garantir a
solidez de toda a nossa economia, garantir o controle da inflação, das contas
públicas e, enfim, garantir a geração de emprego e renda, que é o objetivo
fundamental que nós temos", destacou Dilma durante seu discurso a
dirigentes e militantes do PT.
Festa de 35 anos
O
auditório do Minas Centro estava lotado quando a festa de 35 anos do PT
começou, por volta das 19h30. Ao serem anunciados, Dilma, Lula e o presidente
do Uruguai, José Mujica – convidado especial do PT –, foram ovacionados e aplaudidos
de pé pela plateia.
Antes
de iniciar o evento, os militantes entoaram tradicionais gritos de guerra
petista, como “Olê, Olê, Olá! Lula, Lula!”.
Anfitrião
do encontro, o governador de Minas, Fernando Pimentel, se sentou ao lado de
Mujica, Dilma, Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, na mesa central do
evento, que exibia a mensagem “estes filhos teus não fogem à luta.”
Na
plateia, estavam quadros antigos do PT, como o ex-ministro da Secretaria-Geral
Luiz Dulci, o atual chefe da pasta, Miguel Rossetto, um dos fundadores da
legenda, e os ministros Jaques Wagner (Defesa), Pepe Vargas (Relações
Institucionais), Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) e Thomas Traumann
(Comunicação Social). Além deles, estavam governadores, como Fernando Pimentel
(Minas Gerais), Wellington Dias (Piauí) e Rui Costa (Bahia).
Após
discursar, o presidente do Uruguai, José Mujica, falou ao pé do ouvido de Dilma
e recebeu dois tapas no ombro. Ela sorriu enquanto ele falava e os dois olharam
para o ex-presidente Lula, que discursava no momento.
Reações da plateia
No
evento, o secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, foi aplaudido pela
plateia, após pedido do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
Wagner Freitas.
Embora
o governador da Bahia, Rui Costa, tenha citado que a vida da população do
nordeste antes do governo Lula era “sem água, como no estado de São Paulo”, e a
plateia o tenha aplaudido, Dilma e Lula não acompanharam os aplausos. O
governador de Minas, Fernando Pimentel, aplaudiu.
Em
meio ao discurso do presidente do PT, Rui Falcão, que defendeu como “primeira
tarefa” do partido a defesa do governo Dilma, um militante gritou “expulsa a
Marta”, e foi aplaudido. A senadora e ex-ministra da Cultura criticou a
presidente, o PT e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
Do G1
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