Índios da etnia Guajajara estão a
dois dias mantendo como reféns dois homens e quatro mulheres na aldeia
Maçaranduba, que fica localizada dentro do município maranhense de Bom Jardim,
a 275 km de São Luís. As seis pessoas mantidas em cativeiro pelos indígenas
seriam funcionários do Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena (Disei).
De acordo com o cacique Antônio
Wilson, os indígenas reivindicam melhores condições de saúde para os 400 índios
que atualmente residem na aldeia Maçaranduba. Ele afirma que o valor repassado
pelo o governo federal destinado a aplicação de recursos na área da saúde não
estão sendo aplicados com exatidão. “Nós sabemos que existe um dinheiro
destinado para a nossa saúde e esse valor não está chegando até a gente porque
o posto onde a gente se consulta não tem nada”, desabafa.
Ele acrescenta que falta material
básico no Polo-base de Saúde. Segundo o cacique, o posto, que tem como
finalidade realizar atendimento aos indígenas na área de saúde da mulher, da
criança, do idoso, imunização, saúde mental e saúde bucal, não possui materiais
básicos como aspirinas, injeções e até soro fisiológico, o que tem gerado muito
desconforto por parte dos indígenas que vivem na área. “Não tem nada aqui. Não
tem remédio, não tem injeção, não tem atendimento, não tem médico para cuidar
da gente”.
Além de uma melhor infraestrutura
no Polo-base de Saúde, os índios também pedem a presença do coordenador do
Disei, Alexandre Cantuária, na aldeia Maçaranduba, a fim de que possam entrar
num acordo sobre os pedidos dos indígenas.
Sobre a situação na aldeia
Maçaranduba, o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Maranhão,
Daniel Cunha de Carvalho, disse ao G1, por telefone, que todas as
reivindicações exigidas pelos indígenas é de total responsabilidade do Disei e
que a única função da Funai é tentar estabelecer um diálogo entre os índios e
os órgãos vinculados a eles. "A Funai não é responsável pela saúde do
índio. Esse é um papel do Disei. Nós apenas mediamos o diálogo entre o índio e
os órgãos", afirma.
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