Uma
idosa foi carregada em uma rede por aproximadamente cinco quilômetros para
conseguir atendimento médico no povoado Brejinho, zona rural do município de
Bacabal, no Maranhão. O caso aconteceu no último domimgo (22), e a família
afirma que ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não
apareceram.
Segundo
a família, a ambulância do Samu não apareceu e, por isso, a família decidiu
carregar a idosa em uma rede para conseguir atendimento. De acordo com
Franciane Sousa, nora da idosa, a família decidiu tomar essa atitude porque o
Samu teria negado atendimento duas vezes. "Liguei no sábado pela manhã e
liguei no domingo, mas eles disseram que a estrada era ruim, que estava
chovendo e o funcionário me disse que tinham quatro ambulâncias lá, mas três
estavam quebradas e uma de suporte na rua, atendendo a população",
lamenta.
A
idosa só conseguiu atendimento no dia seguinte e foi levada para São Luís, onde
permanece internada em estado grave. Segundo a família, dona Alaíde luta contra
um câncer há oito anos.
Os
moradores registraram o momento em que a idosa era transportada. As imagens
mostram que eles tiveram que passar por dentro de um igarapé. A comunidade
reclama que o acesso à saúde pública é um problema comum no povoado, onde moram
quase cinco mil pessoas.
A
direção do Samu em Bacabal confirmou que no dia em que a idosa precisou de
atendimento as ambulâncias estavam quebradas. "Nós tínhamos duas
ambulâncias paraddas, mas, esta semana, todos nossos problemas foram
resolvidos", explica.
A
secretária de Saúde de Bacabal, Márcia Regina, informou que as equipes do
Programa Saúde da Família (PSF) estão realizando os atendimentos na zona rural
diariamente, mas que o acesso a algumas comunidades, por causa das chuvas, tem
sido prejudicado. Ela disse, ainda, que vai entrar em contato com o secretário
de Obras do município, Pedro Rocha, para ver o que pode ser feito para melhorar
a situação das estradas.
Outro
caso
Onde
a saúde não chega, são os próprios moradores que salvam as vidas uns dos
outros. O aposentado Vicente das Neves, de 86 anos, sofreu um Acidente Vascular
Cerebral (AVC) e há dois meses é filha quem cuida dele. Marta conta que a
equipe de saúde do posto se negou a atender o pai dela e que o material para
fazer os curativos necessários ela que precisou comprar.
"Eu
chego lá e ela diz que não tem material nenhum para me dar. Eu tenho que tirar
do meu bolso o dinheiro para comprar o material para fazer curativo três vezes
ao dia no pé dele", revela Marta.
Sem atendimento, grávida
perde gêmeos
No
início da semana, também em Bacabal, uma mulher grávida de gêmeos perdeu os
bebês após entrar em trabalho de parto dentro de um carro particular, após ter
procurado dois hospitais e não conseguir ser atendida. A família afirma que
houve negligência médica, porque os hospitais de Alto Alegre do Maranhão e
Bacabal teriam negado atendimento.
A
direção do hospital de Alto Alegre do Maranhão informou que não possui UTI Neo
Natal e que os médicos não foram informados sobre o estado de saúde da
paciente. A Secretaria de Saúde de Bacabal informou que o hospital não se negou
em atender a grávida.
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