O prefeito de Arame, a 441 km de
São Luís, Marcelo Lima de Farias, foi acionado pelo Ministério Público do
Maranhão (MP-MA) por improbidade administrativa e teve seus bens bloqueados. A
denúncia foi feita por vereadores da
cidade alegando que o prefeito estaria usando dinheiro público para promoção
pessoal, além de irregularidades em uma licitação para a compra de fardamento
escolar.
Segundo os parlamentares, o
prefeito teria destacado a letra “M” no logotipo da prefeitura em alusão ao seu
primeiro nome. O MP-MA recomendou que o município alterasse a marca em todos os
prédios e demais bens públicos de Arame, o que foi feito apenas no fardamento
escolar.
O promotor de justiça Weskley
Pereira de Morais entendeu que o gestor está violando o princípio da
impessoalidade, que rege a administração pública. “Agindo assim, ele viola os
princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade, bem como pratica
improbidade administrativa, conforme a Lei 8.429/92 dispõe”, disse o promotor.
Além disso, ficaram constatadas
diversas irregularidades em licitações para adquirir fardas escolares. O
montante destinado à empresa MR Distribuidora, vencedora da licitação,
totalizou cerca de R$290 mil. A empresa não poderia ter concorrido ao processo,
pois estava com o balanço patrimonial desatualizado. O ramo de atividade da MR
Distribuidora também nunca foi o de confecção de fardamento escolar.
A ação também tem como alvo a
empresária Márcia Rodrigues da Silva, que responde pela MR Distribuidora, por
ter se beneficiado de fraude em um procedimento licitatório. Ela também teve
seus bens bloqueados.
O MP-MA pede que a Justiça tome
medidas punitivas previstas na Lei de Improbidade, como a perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos, entre
outras sanções.
Em 2014, o Ministério Público
Eleitoral (MPE) havia pedido a cassação do mandato do prefeito e do
vice-prefeito porque teriam se utilizado de fraude, corrupção ou abuso do poder
econômico na eleição municipal de 2012. O juiz da 104ª Zona Eleitoral julgou
improcedente a ação.
Reincidência
Em abril deste ano, o prefeito
Marcelo Lima de Faria já havia sido alvo de uma ação por improbidade
administrativa movida pelo promotor Weskley Pereira de Morais. Segundo o membro
do MP-MA ,foram constatadas irregularidades no procedimento licitatório n.º 005/2013,
que teve como objetivo a contratação de empresa especializada em locação de
veículos para secretarias do Município.
A empresa Melo Serviços Comércio
Indústria LTDA havia vencido a licitação com contrato no valor de R$
2.043.624,00. Os empresários Luciano Lírio Melo de Moraes e Lara Cristina Melo
de Moraes também foram denunciados por improbidade administrativa.
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