"Não ter grau de
investimento é botar emprego em risco e ninguém quer isso", disse Levy (Evaristo
Sá/AFP)
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O ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, fez nesta quarta-feira um alerta sobre os impactos que um novo
rebaixamento da nota de crédito do país pode ter sobre o mercado de trabalho.
"Não ter grau de investimento é botar emprego em risco, e ninguém quer isso",
afirmou Levy, durante Comissão Geral da Câmara dos Deputados. O ministro disse
também que, se o Congresso não aprovar a recriação da CPMF, haverá "um
certo risco" para alguns "programas importantes", como o
seguro-desemprego. "A CPMF permite que o seguro-desemprego esteja
protegido, como também o abono salarial. Como vamos pagar, se não houver
receitas?", indagou.
A aprovação da CPMF é um dos
pontos centrais do plano do governo para economizar 34,4 bilhões de reais (0,7%
do PIB). Mesmo com a recriação do tributo, o ministro disse que a meta de
superávit primário - economia para pagar os juros da dívida pública - é pequena
diante da necessidade de reequilibrar as contas públicas.
Entre as reformas que o país
precisa promover, ele ressaltou a da Previdência Social, e disse que a CPMF é
compatível com essa discussão por ser provisória. "Neste momento em que a
atividade desacelerou e as receitas caíram, você garante o equilíbrio da
Previdência com uma medida provisória", justificou.
Levy disse que outras alternativas
podem ser menos eficientes. "Se aumentar imposto da produção, será que é
melhor do que o da atividade financeira?", questionou. O ministro ainda
respondeu às críticas de que está muito focado na questão fiscal e disse que
esse é o primeiro passo para que a equipe econômica tome ações estruturais.
"O Orçamento de 2016 é fundamental para a economia voltar ao seu curso,
para a volta da criação de emprego", completou.
O ministro da Fazenda reiterou
que o combate a abusos não significa a retirada de direitos dos trabalhadores.
"Estamos comprometidos com a eficiência nos gastos para trazer economia. É
um trabalho difícil de gestão. Sem prejudicar o direito do trabalhador, podemos
melhorar o gasto previdenciário, evitando abusos e despesas excessivas",
afirmou.
Durante a audiência, vários
deputados pediram que o governo diminua o impacto do ajuste fiscal sobre a
população e aumente a tributação sobre o setor financeiro. Levy afirmou que o
aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das instituições financeiras
para 20% indica que o governo está atendendo a esses apelos.
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