Apesar da corrida do Tribunal
Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão, que só em 2015 julgou 946 processos em
plenário e os seus membros emitiram 104 decisões monocráticas, pelo menos 10
prefeitos eleitos em 2012 ainda precisam ser julgados pela Corte maranhense e
outros nove pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), restando apenas nove meses
para as eleições de 2016.
O levantamento foi feito pelo
Atual7 em consulta diretamente ao TRE-MA e a dados abertos do sistema de
consulta processual da Corte, após constatação de que pré-candidatos de
oposição neste pleito passaram a usar, há pouco mais de um mês, reportagem do
dia 6 de fevereiro de 2015, quando a lista dos prefeitos passíveis de cassação
de mandato chegava a 27, para fazer terrorismo eleitoral nos municípios.
Na resposta à consulta, a Justiça
Eleitoral maranhense afirmou que, diferente do que informa a lista do ano
passado, os prefeitos de São Bento, Porto Franco, Icatu, São Domingos do
Maranhão, Itapecuru-Mirim, Colinas, Riachão, Buriticupu, Santa Luzia,
Chapadinha, Balsas, Bacabal, João Lisboa e São Mateus não possuem qualquer
processo de cassação de mandato por crimes como abuso de poder econômico e
captação ilícita de votos.
São Luís
Um dos processos que ainda
tramitam no Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão é referente à disputa pela
Prefeitura de São Luís, tendo como impetrante a coligação “Pra Fazer Muito
Mais”, que tinha o ex-prefeito João Castelo (PSDB) como candidato à reeleição.
Segundo a coligação de Castelo,
Edivaldo Holanda Júnior (PDT) teria se utilizado meio de comunicação de forma
irregular e ainda comprado votos. Para justificar o pedido de cassação de
Edivaldo, é citado o evento que ficou conhecido como “Milícia 36”, como exemplo
em que se que pagou por apoio político.
O julgamento estava marcado para
acontecer na semana passada, mas foi adiado para esta semana.
Segredo de Justiça
Embora não aparecem em pesquisa
feita a partir de dados disponíveis no sistema de consulta processual do
TRE-MA, alguns prefeitos do Maranhão ainda aguardam julgamento do tribunal, mas
com processos sob segredo de justiça – embora o julgamento seja público –, por
se tratarem de Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime), conforme dispõe o
parágrafo 11 do artigo 14 da Constituição Federal, que abre o capítulo dos
Direitos Políticos.
Um desses prefeitos, segundo
apurou o Atual7, é o Codó, Zito Rolim (PV). Embora vitorioso em dois processos
abertos, ele tem pelos menos duas Aimes para serem julgadas pela Justiça
Eleitoral do Maranhão. Um dos campeões de processos eleitorais, Marcelo Curió
(PV), de Governador Nunes Freire, além de dois processos abertos ainda não
julgados, ainda aguarda a decisão de uma Aime.
Ao todo, sem contar com os
processos abertos, o TRE-MA ainda deve julgar pelo menos 10 Ações de Impugnação
de Mandato Eletivo.
Cassados, mas nos cargos
Além dos julgamentos que deverão
ser feitos pelo TRE-MA, em outros nove casos, os gestores e seus respectivos
vices chegaram a ser cassados em 1º grau, com confirmação da cassação no 2º
grau – ou o TRE-MA decidiu por negar provimento ao recurso ou mesmo julgou
improcedente os pedidos – mas ainda aguardam por julgamento de novo recurso
junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), permanecendo no cargo de prefeito.
Abaixo, a lista completa dos 19
municípios onde os prefeitos estão na corda bamba:
1 – Alto Alegre do Pindaré (TSE)
2 – Brejo (TSE)
3 – Buriti (TSE)
4 – Cândido Mendes (TSE)
5 – Cedral (TSE)
6 – Codó (TRE-MA)
7 – Fortuna (TRE-MA)
8 – Governador Nunes Freire
(TRE-MA)
9 – Humberto de Campos (TRE-MA)
10 – Itinga do Maranhão (TSE)
11 – Lagoa do Mato (TSE)
12 – Maranhãozinho (TRE-MA)
13 – Raposa (TSE)
14 – São Francisco do Brejão
(TSE)
15 – São Luís (TRE-MA)
16 – São Raimundo das Mangabeiras
(TRE-MA)
17 – São Roberto (TRE-MA)
18 – Sítio Novo (TRE-MA)
19 – Viana (TRE-MA)
Do Atual7
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