Enquanto a presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, não se manifesta sobre quem vai assumir a
relatoria da Operação Lava Jato, ministros da Corte ouvidos pelo Estado
divergem sobre como a escolha deveria ser feita. O caso era relatado por Teori
Zavascki, que morreu na última quinta-feira em desastre de avião em Paraty, no
litoral do Rio.
Em caráter reservado, ministros
defendem a remessa dos processos a um dos integrantes da Segunda Turma da Corte
– da qual Teori fazia parte. Neste caso, a relatoria ficaria com Gilmar Mendes,
Ricardo Lewandowski, Dias Toffolli ou Celso de Mello. Outros alegam que, como
há investigados julgados no plenário – caso do atual presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL) –, a distribuição deveria ser feita entre todos os
magistrados do Supremo.
Entre os integrantes da Corte há
também quem defenda que Cármen Lúcia deveria seguir à risca o regimento
interno, remetendo o caso ao substituto de Teori no tribunal. Possibilidade
praticamente descartada diante da declaração do presidente Michel Temer,
durante o velório do relator, de que só indicará o novo ministro após definida
a relatoria da Lava Jato pelo STF. A decisão veio depois dos sinais enviados
por Cármen Lúcia ao Planalto de que o substituto não será o relator.
O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Teori Zavascki (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
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Se outros artigos do regimento
forem seguidos, ainda é possível que casos urgentes sejam encaminhados aos ministros
revisores da Lava Jato. Na Segunda Turma, o revisor é o decano, Celso de Mello.
No plenário, o revisor é Luís Roberto Barroso.
Os investigados a serem julgados
pelo STF são aqueles com foro privilegiado, como ministros de Estado, deputados
e senadores. A morte de Teori, que pretendia decidir sobre a homologação das
delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht ainda na primeira quinzena
de fevereiro, criou apreensão sobre a manutenção do caráter técnico na condução
do caso.
Urgência
Uma demanda considerada urgente
na Corte é dar andamento ao processo de homologação das 77 delações da
Odebrecht. A equipe de Teori trabalhava no material mesmo durante o recesso do
Judiciário, mas após a morte do relator, tudo foi paralisado.
De acordo com dois ministros, a
probabilidade de Cármen Lúcia homologar as delações até 31 de janeiro, quando
acaba o período de recesso, é baixíssima.
Fonte: Revista Veja
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