Crianças matriculadas em escolas públicas de Bela Vista, a
250 km de São Luís, estão sendo liberadas da sala de aula mais cedo por falta
de merenda escolar.
Nas unidades de ensino, as prateleiras estão vazias na
dispensa, o fogão está sem uso na cozinha, copos e pratos são empenhados sem
utilidade nenhuma. A falta de merenda nas escolas públicas da cidade deixam os
alunos desapontados.
Como é o caso da estudante Angelina Lopes que afirma que
para não ficar com fome durante o período em que fica na escola traz o seu
próprio lanche de sua casa. “De vez em quando nós trazemos merenda para escola
para a gente merendar”, disse.
A Prefeitura de Bela Vista já recebeu este ano, de acordo
com o Portal da Transparência, três milhões e quatrocentos mil reais do Fundo
Nacional para o Desenvolvimento da Educação (Fundeb). Parte desse dinheiro
deveria ser usado na compra de alimento para 3.500 alunos de 31 escolas.
Eliane de Jesus, que é diretora em uma das escolas da rede
municipal de Bela Vista, revela que quando há merenda para os alunos as
geladeiras ficam cheias de alimentos. “Quando chega a merenda esse freezer aqui
é cheio de polpa de suco de acerola, cupuaçu, carne, galinha. Ele não fica
esses litros de água que está hoje”.
As escolas de Bela Vista passam mais tempo de portas
fechadas para que os alunos não estudem com fome. Segundo a estudante Laiana da
Silva Conceição, professores interrompem as aulas e dispensam as turmas mais
cedo. “Quando tem merenda a gente sai onze horas”.
A crise é ainda maior nas escolas da zona rural do
município. No local, o único ônibus escolar que atende a comunidade ficou em um
atoleiro e até o momento nada foi resolvido. A trabalhadora rural Sebastiana
Oliveira da Silva está inconformada com o descaso na região. O microônibus está
deste jeito aí. Nem vai e nem vem. Nem sobe e nem desce”, desabafou.
Ana Paula Fonteles, que tem filho estudando em uma das
escolas de Bela Vista, pontua que os pais estão revoltados com a falta de
merenda e justifica a falta de concentração dos seus filhos ao ir para a
escola. “Você com fome não consegue se concentrar. Você não consegue trabalhar
em nada, principalmente uma criança de seis, sete anos de idade”, finalizou.
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