O
Sampaio abandonou os treinos em sua sede no Turu. O motivo: uma invasão, que
agora já toma conta até da área de treino das categorias de base do Tricolor. O
problema começou há um mês, quando parte da área de 20 hectares foi invadida na
Vila Luizão. Após uma tentativa malsucedida de reintegração de posse, os
invasores avançaram e já circulam nos campos de treinos do time maranhense.
Em
fotos divulgadas pelo clube, é possível observar uma moto em uma das áreas de
treino e a montagem de acampamentos próximos ao CT. Apesar da extensão do
terreno, o Tricolor utiliza somente seis hectares com os campos para os treinos
das categorias de base e do time profissional, além do hotel-concentração, sala
de imprensa, academia e os departamentos médicos e de fisiologia.
Além
da invasão gerar problemas para o Sampaio, a disputa pelo terreno já terminou
em morte. No dia 13 de agosto, quando o ato ainda estava distante da área de
treinos, a Polícia Militar realizou uma operação para reintegração de posse do
terreno. Duração a ação, houve confronto com moradores, que protestavam contra
a retirada do local e um policial efetuou um disparo, que acertou um homem
identificado como Fagner Barros dos Santos, de 19 anos, e morreu no local.
Após
o incidente, o Governo do Estado emitiu uma nota e apontou o cabo Marcelo
Monteiro dos Santos, que integrava a operação, como autor do disparo. Ainda
segundo a nota, o policial foi preso e autuado em flagrante delito na Delegacia
de Homicídios.
-
A situação chegou a um ponto que já houve até uma morte. Eu lamento muito por
esse ocorrido. Mas, é preciso evitar novos fatos desagradáveis, e que se
aplique a lei e se garanta o direito à propriedade privada - disse Sérgio
Frota.
Além
disso, o mandatário lembra as várias reformas pelas quais o CT passou nos
últimos anos.
-
Fizemos um grande esforço para melhorar a estrutura do CT. Reformamos nossas
acomodações para oferecer uma concentração confortável aos nossos atletas, e
agora estamos sendo obrigados a ter essas despesas a mais por conta da total
falta de segurança e sensibilidade.
A
situação também incomoda os atletas e a comissão técnica do clube. O treinador
Léo Condé não esconde a insatisfação com a situação.
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É claro que isso atrapalha. Precisamos de uma base, e o CT é a nossa
referência. Esperamos que seja encontrada uma posição muito em breve, para que
possamos retomar à nossa rotina normalmente, com segurança.
Uma
das alternativas usadas por Sérgio Frota para solucionar o problema foi uma
reunião com o secretário Articulação Política do Governo, Márcio Jerry, na
última quinta-feira. Segundo o presidente Tricolor, o caso será encaminhado
para a secretaria de Direitos Humanos, para buscar uma solução.
-
Ele me falou que tem um decreto do governador (Flávio Dino) no sentido de
problemas como esse, enviar para a secretaria de Direitos Humanos. Acho que tem
que conversar, mas o terreno do Sampaio está invadido e nós temos o direito a
propriedade e isso tem que ser resolvido. Eu não estou com dinheiro para pagar
o time em dia, paguei junho, tem a folha de julho, e agora tenho que me
preocupar em concentrar o time em hotel, treinar fora da sede, e não usar a
sala de fisiologia do clube, porque não podemos trabalhar na sede. Existem
cerca de 300 pessoas, dentro do terreno, entre elas marginais armados,
ameaçando nossas vidas, estou decepcionado – disse Frota.
Enquanto
não pode treinar no CT José Carlos Macieira, o time realiza suas atividades de
campo no Castelão ou na Associação dos Magistrados, localizada no bairro do
Calhau. As atividades de academia estão sendo realizadas na Cohama e para
concentração, os atletas e a comissão técnica ficam hospedados em um hotel da
capital maranhense.
O
Globoesporte.com entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do
Maranhão para saber quais providencias o órgão irá tomar em relação ao problema
citado. Até a publicação desta matéria não houve resposta.
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