Atenção, foliões! Para tornar seu
carnaval ainda mais agradável, a Lupa fez uma parceria com a equipe médica do
Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e colocou à prova o grau de veracidade de
frases comumente ouvidas nesta época do ano. Curta sua folia, mas sem arriscar
sua saúde. Bom carnaval a todos!
“Dá para pegar febre amarela pelo beijo”
Quem passa
febre amarela é mosquito – não beijo. Pega essa virose quem for picado por
insetos das espécies Haemagogus e Aedes. “Casos de transmissão por contato
íntimo são exceção”, diz o clínico geral do Hospital Sírio-Libanês Francisco
Torggler.
“Tomar uma colher de azeite antes de beber evita ressaca”
Para evitar a
ressaca, o único remédio é não abusar do álcool. O mal-estar, explicam os
médicos, é efeito da intoxicação alcoólica aguda e pode durar mesmo quando a
quantidade de álcool no sangue diminui. Beber água, tomar analgésicos, antiácidos
e vigiar a alimentação – antes e/ou depois de beber – pode atenuar esses
efeitos, mas não os evita.
“Café salva bêbado do bafômetro”
Nada engana o
bafômetro. Nem café, nem azeite, nem chiclete, nem carvão ativado… O bafômetro
mede a quantidade de álcool contida no ar expirado. Esse ar passa por um sensor
e enfrenta uma reação química específica capaz de detectar o álcool nele
contido. O folião pode até mudar o hálito ingerindo outros produtos, mas não
mudará o resultado do aparelho.
“Oxyboldine evita ressaca”
Oxyboldine,
digestivo vendido na França e composto por derivados de boldo e bicarbonato de
sódio, é relatado como sendo eficaz para suavizar os sintomas gastrointestinais
da ressaca, mas não a evita.
“Banho frio cura embriaguez”
O que
cura embriaguez é a eliminação do excesso de álcool pelo fígado, rins e pulmões
– e isso leva tempo. Um banho frio pode até fazer você se sentir melhor, mas
não faz com que o corpo se livre do álcool de forma mais rápida.
“Mulheres ficam bêbadas mais rápido do que homens”
De acordo
com a equipe do Hospital Sírio-Libanês, o que é cientificamente comprovado é
que “as mulheres progridem com maior frequência para o alcoolismo crônico e têm
maior risco de ter complicações de longo prazo: cirrose, hipertensão arterial,
insuficiência cardíaca, osteoporose e doenças psiquiátricas”.
“Analgésico para curar ressaca pode ser perigoso”
Às vezes a dor de
cabeça é tão forte, que o folião toma uma quantidade grande de analgésicos.
Doses elevadas desse tipo de remédio podem ser tóxicas e desencadear reações
como sangramento no estômago, hepatite grave e lesão nos rins.
“Pisar na poça d’água pode dar leptospirose”
Leptospirose é uma
doença causada por germes que vivem na urina de ratos e outros animais. A água
de enchente e de poças pode conter esses germes, capazes de entrar no corpo por
pequenos machucados na pele. A leptospirose causa febre, calafrios, dores
musculares, dor de cabeça e deixa os olhos amarelados. Traz risco de morte por
lesão pulmonar, do fígado e de outros órgãos.
“Coca-Cola ajuda o bêbado a se sentir menos alcoolizado”
Durante a intoxicação alcoólica
existe a possibilidade de o folião também ter uma queda nos níveis de açúcar no
sangue, o que produz um torpor adicional. Ingerir bebidas com açúcar nesse
momento pode ajudar.
“No dia seguinte da bebedeira, o melhor é água”
Hidratação é sempre bom. Antes,
durante e depois. Líquidos que repõem sais minerais são bem-vindos.
Principalmente para quem ficou horas no sol ou dançou muito.
*Em caso de dúvida, procure um
médico.
**Esta reportagem foi publicada
na edição impressa do jornal Folha de S.Paulo no dia 25 de fevereiro de 2017.
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