Um depoimento sobre o suposto
esquema de mercado para garantir obras de expansão do porto de Itaqui, em São
Luís, o delator João Pacífico, ex-executivo da Odebrecht, detalhou o processo,
combinando preços entre as empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Serverg,
além de envolverem o pagamento de caixa 2.
Segundo o delator, as
empreiteiras combinaram os preços das obras de reformas de dois berços de
atracação do porto e da construção de um terceiro berço, obras que somaram mais
de R$ 180 milhões e que tiveram início em 2006.
“Com esse acordo de mercado, não
houve então a disputa entre as três empresas e nós fizemos o consorcio com a
Andrade e a Serveng, nos demos o compromisso de que a próxima obra a ser
licitada nessa região caberia a Serveng” afirmou o delator.
Juntas, as duas empreiteiras
foram procurar a Serveng para combinar os preços das três obras, mas a empresa
negou, porque já estava na região e queria ficar a construção do terceiro
berço, disse o relator. Por conta disso, Odebrecht e Andrade acabaram ficando
apenas com a expansão dos dois berços que já existiam.
De acordo com a petição de número
6.671, com esse acordo de mercado, não houve então a disputa entre as três
empresas, pois foi criado o consórcio com a Andrade Gutierrez e a Serveng. “O
contrato foi firmado em 23 de junho de 2006, tivemos muita dificuldade, com
liberação de recursos, Tribunal de Contas, tanto que essa obra só foi encerrada
em novembro de 2012. Ou seja, uma obra tecnicamente pequena que levou 6 anos
pra ser concluída”, finalizou o delator.
Caixa 2
De acordo com o inquérito 6.726,
o delator Raymundo Santos Filho disse que, em 2008, o então deputado federal e
presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), João
Castelo (PSDB), que morreu em dezembro de 2016, pediu dinheiro ao consórcio da
Odebrecht e Andrade para financiar sua campanha à prefeitura de São Luís.
Segundo delação, houve pagamento
de propina no valor de R$ 200 mil. O grupo político tucano se beneficiou de
propina com o intuito de obter a liberação de recursos federais nas obras do
Porto do Itaqui.
Os delatores acrescentaram que os
repasses teriam sido motivados com o intuito de favorecer o Grupo Odebrecht na
participação nas obras do Porto do Itaqui, em São Luís, no Maranhão.
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