O presidente Michel Temer
defendeu nesta terça-feira que não há mais razões para que a reforma da
Previdência não seja aprovada, já que a proposta inicial foi “enormemente
amenizada” depois das negociações com o Congresso. A reforma deve ser votada na
comissão especial da Câmara na próxima semana.
Entre as mudanças feitas no texto
está a redução da idade mínima para aposentadoria das mulheres (de 65 para 62
anos) e das trabalhadoras rurais (de 60 para 57 anos).
De acordo com o presidente, o
governo enviou uma “proposta completa”, mas autorizou o relator da proposta,
Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), a abrir as negociações para facilitar a
aprovação.
“Ele foi, negociou e amenizou
enormemente aquele projeto inaugural. Então não há mais razão para que se diga
que não se deve aprovar a reforma da Previdência”, disse o presidente. “Houve
uma adequação, um ajustamento daquele projeto original, que não é o mesmo,
portanto é um outro projeto, que está agora nas mãos do relator.”
Temer almoçou com 13 governadores
e três vice-governadores, além de alguns parlamentares, na casa do presidente
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para apresentar e defender as mudanças
previdenciárias. Ele afirmou que não havia ido ao almoço para pedir apoio à
proposta, mas para explicá-la. Ainda assim, disse que todos têm responsabilidade
com o país e uma das responsabilidades é a aprovação das reformas.
“Convenhamos que poderíamos muito
perfeitamente, comodamente, nos instalar na Presidência e desfrutar do prazer
de ser Presidente da República. Mas nós queremos mais, nós queremos é recuperar
o Brasil”, disse Temer.
“Nós podemos juntos fazer a
reconstrução do país, independentemente de posições político-partidárias, isso
não está em conta. O que é preciso é a compreensão de que nós temos um problema
sério no país e devemos solucioná-lo”, afirmou o presidente, acrescentando que
se a reforma não for feita neste momento poderá ser preciso “maiores
sacrifícios em no máximo quatro anos”.
O governo vem tentando costurar
apoios em todas as frentes para aprovar a reforma no plenário da Câmara. Apesar
das mudanças feitas pelo relator, ainda há o temor de que o apoio não seja
suficiente. Na segunda-feira à noite, a Executiva do PSB, um dos partidos da
base, fechou questão contra as reformas da Previdência e trabalhista.
O governo e o próprio presidente
iniciaram uma maratona para garantir votos. Na segunda, Temer chamou os
ministros com mandatos parlamentares para cobrar a garantia de votos das suas
bancadas, e anunciou que todos serão exonerados para votar a proposta em
plenário.
Nesta terça-feira, além de
almoçar com governadores, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, irá jantar
com a Frente Parlamentar Agropecuária.
(Com Reuters)
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