O
Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA), por meio da Promotoria de
Justiça da Comarca de Vargem Grande, ajuizou Ação Civil Pública por Atos de
Improbidade Administrativa contra sete integrantes e ex-integrantes da
administração do município de Presidente Vargas, que fica a 169 km de São Luís,
devido a irregularidades constatadas pelo Departamento Nacional de Auditoria do
Sistema Único de Saúde (Denasus), em processos licitatórios. Na ação, o
promotor de justiça Benedito de Jesus Nascimento Neto requer a perda do mandato
da prefeita Ana Lúcia Mendes.
Além
da prefeita, são réus da ação o pregoeiro municipal Fernando César Pires; o
secretário de Administração, Walterlino Costa, e a secretária de Saúde,
Cristiane Machado. Também figuram como acusados na manifestação os ex-titulares
da Secretaria de Saúde, Otavio Silva Filho, Maria Rosiclede Sousa e Suzana
Elaine Rocha.
A
manifestação é baseada em seis das 22 irregularidades verificadas pelo
departamento, demonstrando que, entre janeiro de 2013 a fevereiro de 2014, do
Fundo Municipal de Saúde de Presidente Vargas, quatro licitações feitas pela
Secretaria de Saúde para aquisição de medicamentos e material de consumo e para
locação de veículos, os acusados causaram prejuízo aos cofres do Fundo
Municipal de Saúde (FMS) no valor total de R$ 2.511.289,20. A inspeção foi
realizada nos meses de abril e maio deste ano.
Segundo
o promotor, a ação somente aborda seis irregularidades porque elas
responsabilizam diretamente a prefeita Ana Lúcia Mendes e seus subordinados.
“Como a maior gestora do município, a prefeita deveria articular políticas
públicas para atender às necessidades da população e não o contrário”, explica,
na ação. Ele acrescenta que as outras irregularidades serão objeto de ações
posteriores.
Em
uma das licitações, foram gastos R$ 1,687.150,49 para aquisição de medicamentos
e material de consumo, havendo irregularidades como ausência de documentos
exigidos pela legislação como notas de empenho, comprovante de publicação do
resumo do contrato e o ato de designação da equipe de apoio ao pregoeiro, entre
outras.
Outros
R$ 210 mil foram desembolsados para locação de veículos para a Secretaria de
Saúde, apesar do pregão referente à contratação indicasse valor diferente. O
Denasus também observou que os veículos locados estavam registrados sob o nome
de uma empresa diferente da vencedora do pregão, indicando sublocação, prática
vedada pela legislação.
No
segundo pregão para aquisição de medicamentos e material de consumo, o gasto
totalizou R$ 607.448,71. Nesse processo licitatório, as irregularidades incluem
a falta controle de entrada e de saída de medicamentos, que foram entregues não
acompanhados de notas fiscais e, sim, de notas de entrega, contrariando a lei.
Outra ilegalidade foi o fato de que, apesar estar oficialmente em licença
gestante, a servidora foi designada pela prefeita Ana Lúcia Mendes como chefe
de recebimento de medicamentos.
Além
do pagamento de multa civil e do ressarcimento ao Fundo Municipal de Saúde, o
MPMA pede que o Poder Judiciário condene os réus à suspensão dos direitos
políticos por oito anos e à proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos pelo período de cinco anos. Outra sanção
solicitada é o pagamento de multa civil no valor de 100 vezes o valor da
remuneração recebida.
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