Segurados do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) estão passando por dificuldade para agendar consultas médicas
necessárias para a obtenção do auxílio-doença pago pela Previdência Social. O
problema é que quem precisa desse benefício do INSS precisa viajar muito, cerca
de 200 km, só para marcar uma consulta.
A
agente comunitária Célia Marcelino e o filho Franklin são vítimas desta
situação. Ele sofre de um distúrbio mental e, há seis meses, mãe e filho tentam
marcar uma consulta. Eles precisam viajar cerca de 50km para chegar ao posto do
INSS do município de Santa Inês. “Daqui a 30 dias que eu vou saber o
resultado”, lamenta Célia, que deverá retornar ao posto no prazo estipulado.
A
falta de médicos na Previdência Social está obrigando os maranhenses a viajarem
até 300 km para agendarem uma perícia, sendo que, no agendamento normal, o
tempo de espera não costuma ser inferior a seis meses.
O
Ministério Público Federal conseguiu na Justiça obrigar a Previdência a
realizar perícias médicas em um prazo máximo de 15 dias, a partir do dia do
agendamento. Caso o prazo não puder ser cumprido, o benefício deve ser
concedido de forma provisória, com base em um atestado médico particular. O
problema é que a ordem judicial não abrange todas as cidades maranhenses.
“Quando
a gente trabalha de roça e ficamos doentes, o jeito é faltar”, reclama a
quebradeira de coco Rosa Prudêncio, que mora fora do alcance da sentença
judicial e gastou R$ 90 de passagem para percorrer os 150 km até o posto do
INSS mais próximo. Ela vai ter que trabalhar 15 dias quebrando coco para pagar
as despesas desta viagem.
Sobre
os problemas mostrados na reportagem, o INSS admite que há falta de servidores
de carreira para realização de perícias médicas no Maranhão e que, apesar dos
concursos públicos realizados, o problema ainda não foi resolvido. Além disso,
afirmam que mutirões estão sendo realizados e que peritos estão sendo
deslocados para outras cidades para aumentar o atendimento no interior do
Estado.
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