Na próxima sexta-feira (25),
estabelecimentos comercias e lojas virtuais vão colocar à venda milhares de
produtos com preços promocionais. É a Black Friday (em português, sexta-feira
negra), uma ação comercial criada nos Estados Unidos e que vem ganhando a
adesão dos empresários do Brasil nos últimos anos. Entidades ligadas à defesa
do consumidor, como os Procons e a Associação Brasileira de Defesa do
Consumidor (Proteste), alertam para possíveis propagandas enganosas no período.
A Proteste destaca que a Black
Friday no Brasil é lembrada pelo grande número de fraudes praticadas no
comércio e pede cautela nas compras. A dica é para que o consumidor não feche o
negócio se notar que os descontos são enganosos e que o anúncio de oferta não
passa de um artifício para vender mais, o que, segundo a Proteste, é comum no
período. A sugestão é fazer pesquisas em outras lojas para ter certeza de que o
preço é realmente promocional.
A diretora do Procon Amazonas,
Rosely Fernandes, destaca que as reclamações de consumidores costumam aumentar
em períodos de liquidações. “A empresa diz que vai dar 70% de desconto quando,
na realidade, estava praticando um preço bem acima, para chegar no dia da
promoção e baixar. É uma maquiagem de preço que nós, consumidores, devemos boicotar
e denunciar aos Procons para evitar ‘o tudo pela metade do dobro’”, afirmou a
diretora.
Rosely Fernandes também orienta o
consumidor a fazer uma pesquisa de preço antes de adquirir o produto na Black
Friday. “Tem que saber pesquisar. Pesquise uma ou duas semanas antes, para
quando chegar o dia da Black Friday comparar se realmente houve a redução de
preço, de modo que a gente não tenha a maquiagem”, ressaltou.
Denúncias
Caso o consumidor identifique
práticas inadequadas, a orientação do Procon é que busque seus direitos. O
primeiro passo é procurar o gerente ou responsável pela loja. Não havendo
acordo, ele deve ir imediatamente a um Procon para fazer a denúncia. Comerciantes
que enganarem clientes podem ser notificados, autuados e ter que pagar multa,
pois de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, publicidade enganosa é
crime. O responsável pode ser preso e pagar multa que varia de R$ 200 a R$ 3
milhões, dependendo da infração e do porte da empresa.
Se quiser mais esclarecimentos
sobre como proceder em caso de fraudes, é possível ter assistência e
orientações pelos telefones 0800-201-3900 (para fixos) ou (21) 3906-3900 (para
celulares).
Lojas virtuais
A diretora do Procon Amazonas
acredita que, devido à crise econômica, haverá maior adesão este ano de lojas
virtuais. Para ela, é importante que o consumidor também consulte a procedência
da empresa. “Tendo em vista que nem todas as lojas presenciais vão participar,
então as lojas pela internet vão bombar. O consumidor tem que verificar a
idoneidade dessesite, as empresas que estão há muito tempo no mercado,
verificar se a empresa tem CNPJ, o nome do dono, se tem endereço, se tem o
famoso cadeadinho que denota a segurança do site, comprar de sites que estejam
hospedados dentro do nosso país e não no exterior”, recomendou.
Outro ponto importante é saber
que as lojas virtuais são obrigadas por lei a oferecer opção de devolução ou
troca de produtos por até sete dias após a data da compra. A Proteste alerta
que esse procedimento pode ser burocrático e demorado, portanto o ideal é que o
consumidor pesquise bem sobre o produto desejado antes de fazer a compra.
Pesquisas
De acordo com pesquisa online
feita com 10.400 participantes pela plataforma online AondeConvem, 73% dos
consumidores brasileiros pretendem aproveitar as promoções da Black Friday para
antecipar as compras de Natal, que costumam pesar e acumular débitos no
orçamento de dezembro.
Segundo o levantamento, o desejo
de compra do consumidor brasileiro segue em alta, apesar da crise econômica.
Noventa por cento dos entrevistados afirmaram que pretendem fazer compras no
período. Desses, 77% querem fazer compras pela internet e 22% querem ir às
lojas físicas.
Outra pesquisa, feita pelo
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgada na semana passada, mostra que 69% dos
consumidores brasileiros pretendem fazer compras na promoção Black Friday e que
parte dos consumidores (28%) só têm intenção de fazer compras se os preços
estiverem realmente convidativos.
Entre os que compraram no ano
passado, 45% declararam que pretendem comprar mais produtos este ano do que em
2015. Em média, os consumidores pretendem comprar entre três e quatro produtos
e gastar cerca de R$ 1.426,13 – um aumento real de 31% em relação a 2015 (R$
1.007,00, já descontada a inflação do período).
O SPC Brasil entrevistou 828
consumidores de ambos os sexos, acima de 18 anos e de todas as classes sociais
nas 27 capitais brasileiras para identificar o percentual de pessoas que
pretendem comprar na Black Friday. Em um segundo momento, a partir de uma
amostra de 608 casos, foi investigado de forma detalhada o comportamento do
consumo, gerando um intervalo de confiança de 95%.
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