Nesta quarta-feira, dia 5, o
Facebook anunciou uma nova opção em suas plataformas para prevenir que a
pornografia de vingança, quando imagens íntimas são compartilhadas sem
consentimento, ganhe força na internet. Ao receber denúncias desse tipo de
conteúdo, uma equipe especializada impedirá que ele se espalhe tanto no
Facebook quanto no Instagram e no Messenger. De acordo com a consultoria
norte-americana Pew Research Center, 73% dos adultos na internet já viram
alguém ser alvo do revenge porn e 40% foram vítimas do abuso.
A partir do momento em que um
usuário ver uma postagem e interpretar que se trata de pornografia de vingança,
ele poderá reportá-la como “Imagem íntima não consensual”. O conteúdo será
analisado por um time da empresa que, por sua vez, decidirá pela remoção ou não
das imagens da plataforma e se o autor do post deverá ser bloqueado da rede.
Uma vez catalogada como vingança de fato, o sistema reconhecerá a mesma imagem
caso outro usuário tente postá-la novamente e impedirá a publicação.
De acordo com a organização sem
fins lucrativos Iniciativa para Direitos Civis Cibernéticos, 90% das vítimas da
pornografia de vingança são mulheres, 93% afirmaram ter sofrido sequelas
emocionais, 51% consideraram cometer suicídio e 49% foram perseguidas ou
assediadas por outros usuários que viram o material na internet.
Para lembrar
Em outubro de 2012, a canadense
Amanda Todd, de 16 anos, cometeu suicídio após sofrer cyberbullying e
chantagens virtuais. Em um vídeo postado no YouTube, com mais de 12 milhões de
visualizações, Amanda conta que começou a conversar com um estranho pela
internet e ele a convenceu a mostrar os seios pela câmera de vídeo. O
desconhecido passou a chantageá-la com as imagens, até que o conteúdo vazou na
internet e Amanda não conseguiu superar a humilhação após a divulgação das fotos.
Depois da sua morte, o cyberbullying ganhou atenção no Canadá e foram feitas
mudanças na legislação para coibir casos similares.
No Brasil, a Lei Carolina
Dieckmann foi sancionada em novembro de 2012 depois que 36 imagens íntimas da
atriz foram publicadas na internet. A investigação chegou à conclusão de que
ela teve a sua caixa de e-mail violada por hackers, que chegaram até a atriz
com o pedido de pagamento de 10 000 reais para não divulgarem as imagens. A lei
tipificou crimes informáticos no geral, como a invasão a aparelhos eletrônicos,
e não só o compartilhamento de fotos íntimas sem consentimento.
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