Operações realizadas na Reserva
Biológica do Gurupi (Rebio) revelam que ainda são frequentes os crimes
ambientais. Na última ação, uma equipe de agentes e policiais ambientais passou
quase um mês dentro da Rebio.
O objetivo da operação é combater
a extração ilegal e o desmatamento. Mas outros crimes como invasões e ampliação
de pastagem também estão na mira dos fiscais da Reserva do Rebio que se revezam
durante o ano em operações.
Durante todo o mês de março a
equipe ficou concentrada na região do Rio das Onças, situado no município de
Bom Jardim, a 275 km de São Luís, onde ainda é intensa a atividade de pastagem
e agricultura.
No local, os fiscais encontraram
grandes áreas destruídas por incêndios para a limpeza do terreno. Os fiscais
também encontraram caçadores e apreenderam dez armas de fogos. Quinze animais
silvestres, alguns já mortos pelos caçadores, foram apreendidos e até um
ex-presidente da Associação de Moradores da Comunidade Rio das Onças foi
autuado e vai pagar multa de três mil reais. Ele criava em cativeiro três
jabutis.
Segundo o coordenador da
operação, Otaciano Matos, o homem ex-presidente que foi autuado é considerado
um criminoso ambiental. “Na verdade ele tá se comportando como um criminoso
ambiental, infelizmente. Ele argumentou que foi o empregado dele”, revelou o
coordenador.
Nas operações realizadas de
janeiro a março deste ano foram aplicados mais de 100 mil reais em multas por
áreas desmatadas. Cinco áreas foram embargadas e dois caminhões foram
utilizados para o transporte de madeira foram incendiados.
Apesar da fiscalização permanente
dentro da Rebio, os fiscais encontraram uma placa onde era anunciada a venda de
1.240 hectares de terra no interior da Reserva, o que pode significar ainda um
grande domínio dos posseiros dentro da Rebio.
De acordo com o coordenador, o
trabalho das equipes vem sendo feito sob clima de tensão em virtude da
resistência de quem pratica crimes de toda a natureza dentro da Rebio. “Levei
muitos recados das pessoas achando que com a ameaça e tal. Agora mesmo foi
preso o mandante do assassinato do conselheiro. Então a gente fica muito
apreensivo com essa situação. Muitos invasores ainda continuam impune.
Infelizmente a Justiça ainda não deu uma solução pra essas pessoas que
invadiram, roubaram madeira e implantaram lá as suas fazendas, e ainda se dizem
donos”, finalizou.
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