O deputado federal Rodrigo Maia
(DEM-RJ) foi reeleito presidente da Câmara dos Deputados na tarde desta
quinta-feira em primeiro turno – com o apoio do presidente Michel Temer, ele
obteve 293 votos e o apoio de treze partidos. Ele já ocupa o cargo depois de
ter sido eleito para um “mandato-tampão” após a cassação do deputado federal
Eduardo Cunha (PMDB), hoje preso em Curitiba pela Operação Lava Jato.
O principal adversário de Maia, o
deputado Jovair Arantes (PTB-GO), recebeu 105 votos. Na sequência, veio o
principal candidato da oposição, André Figueiredo (PDT-CE), que teve 59 votos.
Julio Delgado (PSB-MG) obteve 28 votos, Luiza Erundina (PSOL-SP), 10, e Jair
Bolsonaro (PSC-RJ), 4. Cinco deputados votaram em branco.
Os votos foram secretos, o que
permitiu a ocorrência de traições – quando deputados votam em candidatos diferentes dos apoiados
formalmente por seus partidos. No caso de Maia, as legendas que o apoiavam
tinham 358 deputados, mas ele obteve apenas 293 votos.
A candidatura de Maia à reeleição
foi marcada por impasses. Em 20 de janeiro, o juiz federal substituto Eduardo
Ribeiro de Oliveira, da 15ª Vara Federal em Brasília, acolheu ação popular que
pedia a suspensão da candidatura por entender que ele não poderia disputar a
reeleição.
No entanto, no dia 23 de janeiro,
o presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, desembargador Hilton
Queiroz, suspendeu a liminar alegando que a Constituição é clara ao dizer que a
recondução para o mesmo cargo só é vedada a eleitos para mandatos de dois anos
e não se aplica no caso de um “mandato-tampão”, como ocorreu com Maia.
Já às vésperas da eleição, nesta
quarta, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello decidiu
liberar a candidatura de Maia ao julgar ação na qual André Figueiredo (PDT-CE)
contestava a legalidade da candidatura.
Assim como Eunício Oliveira,
eleito ontem para presidir o Senado, Rodrigo Maia foi citado na Operação Lava
Jato, na delação premiada feita ao Ministério Público Federal pelo ex-diretor
de relações institucionais da Odebrecht, Claudio Mello Filho, um dos 77
executivos e ex-executivos da empreiteira que aceitaram colaborar com a
Justiça. Melo Filho diz que Maia – que tinha o apelido de “Botafogo”, em
referência ao time de futebol para o qual torce – recebeu 600.000 reais da
construtora.
Mesa Diretora
O restante da Mesa Diretora será
composto por Fábio Ramalho (PMDB-MG), como 1º vice-presidente; André Fufuca
(PP-MA), como 2º vice-presidente;
Fernando Giacobo (PR-PR), como 1º secretário; Mariana Carvalho
(PSDB-RO), como 2ª secretária; João Henrique Caldas (PSB-AL), como 3º
secretário; e Rômulo Gouveia (PSD-PB), como 4º secretário.
Fonte: Veja.com
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