O
Palácio do Planalto distribuiu nesta segunda-feira (21) um levantamento com a
estimativa das perdas, caso todos os vetos presidenciais sejam derrubados. O
impacto total nas contas públicas seria de R$ 127,8 bilhões entre 2015 e 2019.
A iniciativa é uma tentativa do governo de convencer os parlamentares a não
derrubar os vetos presidenciais que irão a votação amanhã em sessão do
Congresso Nacional.
Os
cálculos do Planalto foram baseados em projeções feitas pelos Ministérios do
Planejamento e da Previdência, e pela Secretaria da Receita Federal (Ministério
da Fazenda). Incluem o reajuste dos servidores do Judiciário; aplicação do
reajuste do salário mínimo a todos os benefícios do INSS; isenção de PIS/Cofins
para óleo diesel, e dedução de Imposto de Renda devido para professores,
correspondente ao gasto com aquisição de livros.
Caso
o Congresso resolva voltar ao fator 85/95 fixo em relação à regra antiga,
haverá ainda o impacto adicional de R$ 1,101 trilhão até 2050.
A
medida de reajuste dos servidores do Judiciário em 2015 teria um custo de R$
1,5 bilhão. Segundo nota, o projeto de lei 2.648 é um acordo entre o governo e
o Judiciário com um impacto de 23,2% sobre a folha e deverá ser dividido em
quatro anos. Esta alternativa corresponderia a um impacto de R$13,6 bilhões e
um efeito líquido de R$23,6 bilhões.
A
aplicação de reajuste do salário mínimo a todos os benefícios do INSS prevista
na MP672 não teria reflexos em 2015 segundo dados divulgados pelo Planalto. Até
2019, R$ 11 bilhões seriam descontados das contas do governo. O argumento do
Planalto para o veto é de que "nos anos seguintes, com a retomada do
crescimento do PIB e do aumento real maior do salário mínimo, o crescimento
será exponencial, elevando ainda mais a diferença em relação à regra
vigente".
A
isenção do PIS/Cofins para óleo diesel impactaria em R$ 3 bilhões as contas
públicas. Até 2019, esse número aumentaria para R$64,6 bilhões. "Em 2015,
o impacto da isenção de PIS/Cofins sobre óleo diesel é de R$1 bilhão por mês.
Para calcular o impacto anual, assumiu-se a perda de receita a partir de
outubro", diz a nota.
A
dedução de IRPF devido para professores, correspondente ao gasto com aquisição
de livros também não representa perdas este ano. Até 2019, o governo terá que
desembolsar R$ 16 bilhões caso o Congresso derrube o veto.
—
O impacto é zero em 2015 por que a medida vetada teria impacto somente na
próxima declaração anual de IRPF, que acontecerá em abril de 2016. O impacto
será de R$ 4 bilhões por ano.
Previdência
No
caso de a adoção da regra 85/95 anos para o cálculo da aposentadoria - que soma
a idade ao tempo de contribuição ao INSS - ser usada como alternativa ao
cálculo do fator previdenciário, haveria impacto de R$ 135 bilhões até 2035.
Segundo
o governo, a derrubada do veto proporcionaria uma redução temporária do gasto
em relação à MP devido ao adiamento de aposentadorias até 2019. "Depois
disso, a regra 85/95 fixa poderia gerar mais gasto que a regra 85/95
móvel". A nota diz ainda que até 2040, a regra proposta pelo Executivo por
meio da MP 676, que está em análise pelo Legislativo, economizaria R$ 883
bilhões.
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