Projeto prevê unificar
informações contidas no RG, na CNH, no CPF e no Título de Eleitor
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Juristas, delegados de Polícia e
dirigentes de associações que lutam pela transparência e a desburocratização se
reúnem nesta terça-feira (29) em audiência pública na Câmara dos Deputados, em
Brasília, para debater o projeto do governo que prevê a unificação, num só
documento, das informações hoje contidas no RG (Registro Geral), na CNH
(Carteira Nacional de Habilitação), no CPF (Cadastro de Pessoa Física) e no
Título de Eleitor dos cidadãos brasileiros natos ou naturalizados.
O projeto foi enviado à Câmara no
dia 1º de junho e institui o RCN (Registro Civil Nacional). Na prática, ele
substitui a proposta de 2009 que criava o RIC (Registro Único de Identidade
Civil) e que foi arquivada no começo deste ano. O RCN nasceu de ideia
apresentada ao governo em abril pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)
e então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Dias Toffoli.
A base de dados do RCN, de acordo
com o projeto 1775/2015, será armazenada e gerenciada pela Justiça Eleitoral
que também ficará encarregada de emitir o documento dando um número para cada
portador. A primeira via dele, segundo o projeto, será gratuita. O RCN dispensa
a apresentação dos documentos que lhe deram origem toda vez que a pessoa
precisar fazer uso deles.
A proposta do governo cria ainda
um Comitê do RCN que ficará encarregado de recomendar o padrão biométrico do
documento, a regra de formação do número, os documentos necessários para a
expedição dele e os parâmetros de conferência dos dados.
Foram convidados para a audiência
o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desembargador José
Renato Nalini, o jurista André Ramos Tavares e o presidente do Instituto Hélio
Beltrão, João Geraldo Piquet Carneiro. Também estão previstas a presença da
presidente da Associação Transparência Brasil, Natália Paiva e a do presidente
da ADPF (Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal), Marcos Leôncio
Sousa Ribeiro.
A pretensão do governo em
unificar os diversos documentos existentes e necessários no cotidiano dos
brasileiros tem aproximadamente seis anos. A primeira intenção, ao se criar o
RIC, ainda no segundo mandato do ex-presidente Lula, não se mostrou viável e o
projeto não andou pra frente.
Desta vez, o governo promete
tirar a unificação do papel, pois a ideia seria facilitada pelo uso do banco de
dados biométricos da Justiça Eleitoral e a base de dados do Sistema Nacional de
Informações de Registro Civil, criado em 1997. A Justiça Eleitoral ainda
administra o maior cadastro de cidadãos de toda América Latina, que hoje conta
com mais de 142 milhões de eleitores, sendo 24,5 milhões já registrados
biometricamente.
Essa vantagem foi determinante
para convencer o governo a enviar o novo projeto de unificação cadastral para o
Congresso Nacional.
Do R7
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