Os
índios das aldeias Tôco Preto e Sibirino, situada na Reserva Geralda Tôco
Preto, em Itaipava do Grajaú, na região central do estado, estão insatisfeitos
com a falta de estrutura na única escola existente na região. No local, que
reúne cerca de 350 índios, entre eles crianças e jovens em idade escolar, falta
material para o ensino dos alunos e até assentos para os estudantes.
De
acordo com os índios da aldeia Sibirino, na sala de aula não existe carteira
para todos, e quando algum aluno chega atrasado o único jeito de não perder as
lições do dia é ter que sentar no colo de algum outro colega da turma. Pelo
menos é o que afirma a estudante Noélia Timbira. “A maioria das crianças,
quando não tem cadeira, sentam no nosso colo”, revelou.
A
ausência no fornecimento da merenda escolar também é um problema compartilhado
entre os estudantes da escola. O professor Fábio Timbira diz que há quatro
meses não tem merenda para os alunos. “A merenda escolar aqui ela atrasa. Passa
até quatro meses sem vir. Esse ano a gente já recebeu uma parte porque foi
atrás”.
A
situação da estrada, que fica apenas a 30 km da aldeia, também é sinônimo de
evasão escolar. Alguns índios que passaram das séries iniciais desistiram de
estudar porque o ensino fundamental e o ensino médio só são oferecidos na
escola da cidade. Os problemas na estrada impedem que os alunos assistam às
aulas com uma maior frequência.
Leonilda
Timbira, outra estudante da localidade, ressalta que o descaso na estada que dá
acesso a escola está contribuindo para que muitas crianças e adolescentes
deixem de estudar. Alguns até já desistiram porque não possuem condições. “Os
pais não tem condições de manter duas famílias. Uma na cidade e outra na
aldeia”, finalizou.
Em
nota, o Distrito Especial Indígena informou que vai acionar a Prefeitura de
Itaipava do Grajaú para oferecer as melhorias solicitadas na saúde e educação.
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