Ex-prefeita
Lidiane Leite chega à Polícia Federal (Foto: De Jesus/ O Estado do Maranhão)
|
A
ex-prefeita de Bom Jardim (MA) Lidiane Leite da Silva (sem partido), que se
entregou à Polícia Federal depois de ficar 39 dias foragida, disse em
depoimento que estava escondida em uma aldeia indígena na cidade que governava.
Suspeita
de desvios milionários da educação do município e conhecida por ostentar vida
de luxo nas redes sociais, Lidiane se entregou à polícia nesta segunda-feira
(28) e foi ouvida no mesmo dia. Logo após a prisão, o advogado dela, Sérgio
Muniz, disse que ex-prefeita não saiu da cidade.
Para
o delegado PF Ronildo Lajes, responsável pelo caso, a declaração é uma
"manobra" da defesa. “Isso de ela estar lá na cidade não existe. Isso
foi manobra do advogado para querer dizer que ela não estava em fuga”, disse em
entrevista ao G1.
“Foram
feitas diversas diligências lá no município. Ele [Sérgio Muniz] chegou a dizer
que ela não estava lá e que ela estava governando lá. Isso não existe. Ela
sabia que era procurada. Todo mundo estava atrás, fazendo diligências. Ele,
simplesmente, quis negar que ela estivesse foragida”, completa.
A
polícia acredita que Lidiane estava em uma propriedade rural em outra cidade. A
atitude da defesa, segundo o delegado, seria para encobrir a participação de
amigos ou parentes no sumiço da ex-prefeita.
“Ela
disse que estava numa aldeia indígena de Bom Jardim, mas essa possibilidade a
gente acredita que é remota, e a gente acredita que ela possa estar tentando
esconder uma pessoa que pudesse estar ajudando”, declarou Lajes.
Diligências
complementares vão ser feitas para encontrar possíveis comparsas de Lidiane
Leite. “Fato é que havia, sim, uma pessoa orientando. Isso a gente tem certeza.
A gente vai tentar, agora, ver se identifica”, completa.
Na
entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, o delegado Ronildo Lajes falou
sobre as buscas feitas na região. "As diligências foram feitas sim na
cidade e no interior de Bom Jardim, mas é claro que o advogado está no papel
dele de tentar amenizar as coisas para a investigada. De fato, ela estava foragida,
e não tem como alguém afirmar que ela estava governando em Bom Jardim",
disse.
Visita
Na
manhã desta terça, a ex-prefeita começou a receber visita de familiares no
Presídio do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBM-MA),
onde está presa. O primeiro encontro foi com a mãe, Marlene Leite, e durou
cerca de uma hora.
Defesa da ex-prefeita
A
defesa de Lidiane Leite conseguiu suspender, na madrugada desta terça-feira, a
decisão da juíza Ana Maria Almeida Vieira, titular da 1ª Vara de Execuções
Penais de São Luís e Corregedora dos Presídios, que determinou a transferência
imediata dela para a Penitenciária Feminina de Pedrinhas, no Maranhão. Com
isso, ela passou a noite em um confortável alojamento no Corpo de Bombeiros.
“Ela
estava em Bom Jardim. Ela seria cassada ou declarada à vacância do cargo em
qualquer situação. Você imagina que, na quinta-feira, antes do juiz dar a
decisão mandando empossar a Malrinete Gralhada, ela [Lidiane] mandou efetuar o
pagamento de fornecedores, da limpeza e o pagamento de servidores. E, na
sexta-feira, o juiz deu uma decisão dizendo que ela não se encontrava no
município”, afirmou o advogado Sérgio Muniz.
A
prisão dela foi decretada na Operação Éden, da PF. Na última sexta-feira (25),
o juiz José Magno Linhares havia estipulado o prazo de 72 horas para que
Lidiane Leite se entregasse à Polícia Federal.
Nenhum comentário :
Postar um comentário