"Não
queremos ficar com o déficit, queremos discutir as receitas necessárias para
não ter déficit", diz Dilma (Ueslei Marcelino/Reuters)
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A
presidente Dilma Rousseff prometeu nesta sexta-feira que o governo gastará
melhor os recursos públicos e ressaltou que discutirá novas fontes de receitas
para obter um orçamento equilibrado. Em entrevista a rádios da Paraíba, onde
cumpre agenda nesta sexta, Dilma disse que o governo não quer ficar com déficit
no orçamento e vai trabalhar nesse sentido. A declaração acontece quatro dias
depois de o governo ter enviado ao Congresso a proposta de Orçamento para o
próximo ano com previsão de déficit primário de 30,5 bilhões de reais. Em uma
sinalização clara à necessidade de obter receitas, a presidente também chegou a
afirmar que o governo cortou tudo o que podia ser cortado na proposta
orçamentária.
"Se
a gente quer um orçamento equilibrado, preservar as políticas, teremos que
tomar algumas medidas. Uma, por parte do próprio governo, nós vamos enxugar mais
gastos, vamos olhar se o que estamos pagando está chegando às pessoas que a lei
manda que chegue. Enfim, vamos melhorar a qualidade do nosso gasto",
disse.
A
presidente disse que o "Orçamento negativo" mostra que o governo
optou por "um caminho de transparência e verdade". "Poderíamos
mandar receitas de tributos junto, mas não mandamos porque preferimos deixar
que o Congresso possa debater o problema da queda nas receitas", disse.
Dilma
voltou a dizer, sem entrar em detalhes, que sua gestão está discutindo novas
fontes de receitas: "Temos de discutir novas fontes de receita. Não
queremos ficar com o déficit, queremos discutir as receitas necessárias para
não ter déficit." E destacou: "Vamos discutir com o Congresso e
sociedade, mas não vamos transferir a responsabilidade para ninguém, vamos
indicar de onde virá a receita."
A
presidente também citou que o governo não cortou programas sociais, como o
Minha Casa Minha Vida e o Mais o Médicos: "Quando você passa por
dificuldades é preciso preservar, porque quando a dificuldade passar, você vai
poder avançar". A presidente ainda considerou os gastos sociais como
essenciais e considerou um retrocesso a redução dos investimentos nesse setor.
Questionada
sobre a atual relação do governo com o Congresso, que aprovou medidas que
aumentam as despesas em um ano de crise, Dilma disse que a relação é
"respeitosa e construtiva", mas ressaltou que as leis precisam
contemplar sempre a estabilidade macroeconômica do país.
Fonte: Veja
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